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quinta-feira, setembro 13, 2007

Woody Allen afirma que é um diretor "muito vago"

Toronto (Canadá), 12 set (EFE).- O diretor americano Woody Allen se classificou hoje, durante o Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), como um homem "muito vago", que entrou no mundo cinematográfico "para conhecer mulheres", além disso ele elogiou Javier Bardem, Penélope Cruz e Plácido Domingo.

Allen, que lançou hoje na América do Norte, durante o TIFF, o filme "Cassandra's Dream", protagonizado por Colin Farrell, Hayley Atwell e Ewan McGregor, confirmou que aceitou uma proposta de Plácido Domingo para dirigir uma ópera em Los Angeles.

"Ele pensou, não sei o porquê, que eu poderia fazer isto. Isto ficou em sua cabeça. Não tenho nenhuma experiência em ópera. Mas, Plácido Domingo é tão encantador. Disse-me para fazer uma ópera de uma hora", declarou o diretor americano durante uma entrevista coletiva em Toronto.

"Em um momento comecei a evitar suas ligações telefônicas, mas ele foi tão perseverante que no fim não pude dizer não. Plácido me convenceu de que posso dar alguma contribuição", afirmou o cineasta.

Domingo, que é o diretor-geral da ópera de Los Angeles, quer que Allen abra a temporada de 2008-2009 com "Gianni Schicchi", uma obra de um ato de Giacomo Puccini e a única comédia do artista italiano.

Allen também falou sobre a decisão de fazer filmes na Europa após ter passado grande parte de sua vida criativa em Nova York.

O cineasta afirmou que "sempre quis ser um diretor estrangeiro" como Ingmar Bergman, Federico Fellini ou Luis Buñuel. Allen rodou em Barcelona, na Espanha parte de seu novo filme, que conta com a participação de atores como Javier Bardem, Penélope Cruz e Scarlett Johansson, Allen declarou que trabalhar com estes atores e dirigir filmes na Europa como "Match Point" (2005), "Cassandra's Dream" ou o projeto de Barcelona fazem com que sua fantasia se realize.

O diretor afirmou que a oportunidade surgiu há alguns anos, quando os estúdios americanos disseram a Allen "que queriam deixar de ser bancos e pediram um papel maior". Até então, eles davam total liberdade criativa para os projetos do americano.

"Não podia trabalhar desta forma. Neste momento Londres me chamou e disse que não se preocupava com quem estaria no filme ou do que se tratava, mas que colocaria dinheiro. Eu disse que estava perfeito. A indústria na Europa não está baseada em estúdios, e consegui evitar isto trabalhando lá", acrescentou.

Diante do olhar atento de Farrel, Mcgregor e Atwell, Allen explicou sua forma de trabalhar.

"Não sou um cineasta que se entrega. Sou muito vago. Não tenho paciência para ensaiar com os atores. O que quero é filmar e ir para casa com minha mulher, minhas crianças, meu clarinete. Por que utilizar um ou dois dias em uma cena que pode ser filmada em duas horas? E os atores gostam da idéia de não ter que repetir tudo 25 vezes".

Farrell disse que em "Cassandra's Dream" as cenas não eram repetidas "mais que duas ou três vezes. De fato, acho que em todo o filme fiz menos cenas que em um dia de gravação em 'Miami Vice'".

"Só comecei no cinema para conhecer mulheres. Não com as aspirações mais elevadas, mas com os motivos mais básicos. Não quero trabalhar até tarde e perder a partida de basquete. Não quero ficar esgotado durante os fins-de-semana. Minha vida tem coisas mais importantes que fazer um filme perfeito", declarou Allen.

Ao ser perguntado se gostaria de filmar na América Latina, o diretor disse que nunca esteve na região, mas pelo que alguns amigos relataram, ele considera o Brasil e a Argentina lugares interessantes.

"Tenho certeza de que há um milhão de histórias nestes lugares.

É algo que não me oponho", encerrou o cineasta. EFE jcr rg/fal

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