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quinta-feira, março 13, 2008

Poder.música – Beethoven, seu festival e a política

Poder.música – Beethoven, seu festival e a política









O festival realizado em Bonn traz cerca de 2 mil intérpretes internacionais à antiga capital alemã. Seu tema é tanto a instrumentalização da música como a exclusão política de seus criadores.
Bonn, cidade onde nasceu Ludwig van Beethoven, dedica ao mais ilustre de seus filhos um festival internacional de música. O evento é anual e tem a Deutsche Welle como parceiro de mídia.

Em 2008 o Beethovenfest transcorre entre 29 de agosto e 28 de setembro, reunindo cerca de 2 mil músicos, alguns do mais alto escalão. Durante os quatro últimos anos, o festival focalizou a relação do cosmopolita Beethoven com determinados países. Porém este ano seus organizadores iluminarão de outra forma a obra do grande compositor.














Revivendo o passado de capital


Sob o título Macht.Musik (que tanto significa "Poder.música" como também "Façam.música") o tema deste festival é duplo. De um lado está a mensagem política que o próprio Beethoven desejava comunicar em suas criações. De outro, o recrutamento ideológico a que foi submetida sua música no século 20.

O festival também canaliza a atenção para locais politicamente marcantes da ex-capital alemã às margens do Reno, ao transformá-los em salas de concerto. Entre estes, destacam-se o antigo Salão Plenário, o Palácio Schaumburg e o grand hotel Petersberg.


Música, poder, esperança









A diretora artística do evento, Ilona Schmiel, considera que "Poder.música – Instrumentalização e exclusão" abordará assuntos altamente atuais e explosivos. Partindo do legado político beethoveniano, da forma como avaliou conteúdos políticos de sua época, procura-se enfocar as obras tanto do ponto vista da instrumentalização quanto do isolamento político dos compositores.

"Música condenada ao ostracismo, proibida, a relação atual entre música e política", exemplifica Schmiel alguns dos aspectos da temática de 2008.

Um dos pontos altos do festival é um projeto do violinista inglês Daniel Hope, dedicado a artistas internos do campo de concentração de Theresienstadt. Sob o título Música era esperança, o programa apresentado por Hope, o violista Philip Dukes e o ator Ulrich Matthes inclui obras dos tchecos Gideon Klein, Hans Krasa e Ervin Schulhoff, além de trechos de uma Prece fúnebre judaica, de Maurice Ravel.

Colunas mestras









A Nona sinfonia é, sabidamente, uma das obras beethovenianas mais instrumentalizadas politicamente. O movimento final, Ode à alegria, sobre poema de Friedrich Schiller, tornou-se um sucesso para todo tipo de evento de massa, dos festejos da reunificação alemã às Olimpíadas.

O venerável maestro Kurt Masur regerá todas as sinfonias de Ludwig van Beethoven, à frente da Orchestre National de France. O ciclo é uma das colunas mestras da programação do festival, ao lado de duas integrais do mestre alemão: a de suas músicas para balé e teatro, e a dos quartetos de cordas, interpretados pelo Quarteto Gewandhaus, de Leipzig.

Agradando a gregos e troianos

A série Campus orquestral, há oito anos co-organizada pela Deutsche Welle, trará pela primeira vez um grupo de tradição. Trata-se da Orquestra Anton Rubinstein, do Conservatório de São Petersburgo. Fundada há 146 anos, dela já saíram músicos de renome na cena erudita internacional.

Porém os apreciadores de outros gêneros musicais não ficarão de fora do Beethovenfest. Venha junto! é o título do ciclo com jovens artistas de pop, jazz, chanson e performance. Um concerto para a família trará ainda a obra Fidelio, de Beethoven, em forma de ópera de bolso. (gs/av)

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